E de novo, é a história de nossas vidas.
Apresentando:
A incrível Poetisa
O inacreditável Homem-Cinza
A mitológica Pandora
O imensurável Eu
Mas não se engane, o roteiro se perdeu. Os caminhos se confundem e nada é o que já se imaginou.
“Que porra está acontecendo?” grita o diretor. Não faço a menor idéia. Cada um esqueceu seu papel e encena o que quer. A incrível Poetisa vive agora uma vida bem poética, que nem a da Maísa. O inacreditável Homem-Cinza acha que é Homem-de-Lata. A mitológica pandora está mais pra uma gatinha manhosa dos deuses. E Eu? Não faço mais meu papel, eu não sou Eu. Virei mero coadjuvante.
“A trilha sonora sumiu? Cadê o sonoplasta dessa merda?” branda o diretor. Ao que o sonoplasta responde “Não há som”. “O silêncio venceu?”. “Pior! Venceu o silêncio terrível, eles falam tudo menos o que deveriam”.
Reúnem-se. Decide o diretor: “Eu, vou ter que te cortar. Você está horrível, não dá mais”. E respondo: “Não pode! Mim não conjuga verbo, Ter que ser Eu!”.
Você que assiste a tudo inerte, pode ir embora se não for pra estar aqui de verdade.
Incrível Poetisa, onde está a beleza de tua poesia? Engarrafada em algum bar sujo da cidade?
O que vem a ser Pandora quando é preciso lidar com o Deus da morte?
E o Homem-Cinza, que sendo cinza nunca chegará a ser homem. Não há lógica, há? Cores (ou a falta delas) são sensoriais, não racionais.
Esperança assistia a nosso espetáculo, mas foi embora. Se ela é a última que vai, o que resta?
No fim do espetáculo da história de nossas vidas, não existe aplausos. Há choro, dor e desespero.
Thiago B.